janeiro 03, 2011

Histerossalpingografia!!


As alterações nas tubas uterinas (trompas) são as principais causas de infertilidade feminina. As distorções desses órgãos ocorrem, na maioria das vezes, como seqüela de doenças inflamatórias posteriores (principalmente as causadas por Clamídia e Gonococo) e endometriose que, nos dias atuais, aparece como uma das maiores causas relacionadas aos problemas de infertilidade feminina. Além disso, as alterações nas trompas também são provocadas de forma intencional como, por exemplo, a laqueadura tubária.
Obviamente, as tubas uterinas têm um papel fundamental para a ocorrência da gravidez, afinal, é através desses órgãos que ocorre a fecundação do óvulo pelo espermatozóide. Além disso, as trompas desenvolvem um papel primordial na movimentação do embrião até o útero. Portanto, a avaliação das tubas uterinas é extremamente importante e será feita por um exame chamado histerossalpingografia

Nesse exame será injetado um contraste pelo colo do útero e, uma vez inflado pelo contraste, serão realizadas várias radiografias do aparelho reprodutor da mulher. Esse contraste permite a visualização da cavidade uterina e das trompas através das radiografias.
Os primórdios da histerossalpingografia datam do início do século passado, quando, no ano de 1909, Nemenow sugeriu a introdução de uma solução de Lugol no interior da cavidade uterina para se obter uma imagem radiográfica do órgão.
A partir daí, o método passou por uma evolução importante, desde o Teste de Insuflação das Trompas feito por Rubin em 1920, passando pelo uso do Skiodan (uma das primeiras substâncias aqüosas radiopacas) sugerido por Molinengo e Conte em 1933, até chegar aos métodos fluoroscópicos e ao estágio digital dos dias atuais.
Por ser um método não-invasivo, de baixo custo, não utilizar radiação ionizante e permitir excelente visão das estruturas pélvicas, a ultrasonografia tornou-se o método de escolha para a investigação inicial de maior parte das doenças ginecológicas.
A histerossalpingografia, exame contrastado radiológico, tem, no entanto, um importante papel adjuvante e possui ainda inúmeras indicações, como a avaliação da configuração e da forma da cavidade do corpo uterino, como nas poliposes endometriais; análise de malformações congênitas e, principalmente, a avaliação da permeabilidade das trompas no protocolo de investigação de infertilidade.
A obstrução tubária pode ser secundária a infecções crônicas e a aderências peritubárias, dentre outros fatores. Em relação a histerossalpingografia, já foi observado inclusive que muitas mulheres com infertilidade secundária ficaram grávidas logo no primeiro ciclo menstrual após se submeterem à este exame, por provável desobstrução tubária após o uso do meio de contraste.
A tecnologia digital possui inúmeras vantagens, dentre estas: menor tempo de duração do exame, minimizando o desconforto referido pela paciente durante a realização do procedimento; redução da dose de radiação; e a possibilidade de edição das imagens.



A histerossalpingografia é fundamental na avaliação da permeabilidade
das trompas no protocolo de investigação de infertilidade
Conclusão
A histerossalpingografia, exame de eficácia histórica comprovada, ainda é utilizada em amplo espectro no estudo da infertilidade, tendo como principal avanço tecnológico a digitalização da imagem, permitindo menor tempo de exposição à radiação e melhor definição da imagem.

BENEFÍCIOS DA TECNOLOGIA DIGITAL
A tecnologia digital possui inúmeras vantagens, dentre as quais:
• Menor tempo de duração do exame
• Minimiza o desconforto referido pela paciente durante a realização do procedimento
• Redução da dose de radiação
• Possibilidade de edição das imagens
Dúvidas:
O que é histerossalpingografia e como é feita?
R: A histerossalpingografia é um Raio X realizado com contraste que permite avaliar o trajeto percorrido pelo óvulo e pelos espermatozóides. Avalia se este trajeto está desobstruído e se não existem malformações (são defeitos na formação dos órgãos). Deve ser realizado em clínica radiológica entre o 8o e 10o dia do ciclo menstrual. Um contraste é injetado lentamente através de uma sonda colocada pela vagina. Esse contraste vai preenchendo a cavidade do útero, depois as tubas e sai para o interior do abdômen. Essa passagem vai dilatando os órgãos causando um certo desconforto. Por isso, esse exame deve ser realizado em situações realmente necessárias, quando a mulher está buscando a gestação e não para ter uma idéia de sua fertilidade. Somente em casos especiais, quando existe antecedentes de curetagem, ou alterações anatômicas suspeitadas pelo ultra-som, e o casal tem vontade de gestação imediata, é que esse exame deve ser indicado.
02
Tipos de malformações no útero
A histerossalpingografia observa só a anatomia do órgão?
R: Não. Com este exame avalia-se também a motilidade das tubas, o que é muito importante, e possíveis aderências.
As aderências ocorrem quando um órgão adere (ou gruda) ao outro, dificultando o seu funcionamento.

-COMO É REALIZADO O EXAME:
O procedimento é realizado no departamento de radiologia. Pede-se à paciente que se deite sobre a mesa e flexione os joelhos junto ao peito (posição de litotomia). Então, um espéculo é inserido na vagina e o colo uterino é limpo. Um fluoroscópio é inserido através do colo uterino e o corante é injetado, enchendo o útero e as tubas uterinas (trompas de Falópio). O corante deixa os órgãos genitais mais visíveis aos raios X, que são tirados a fim de se detectar quaisquer anormalidades. 

-O QUE SENTE DURANTE O EXAME:
A sensação é muito semelhante à do exame de Papanicolaou. Depois do procedimento, pode-se apresentar cólicas semelhantes às cólicas menstruais. A paciente também pode sofrer um pouco de dor se o corante vazar para a cavidade abdominal

-MOTIVOS PELO QUAL É FEITO O EXAME:
Este exame é útil para diagnosticar: 

*tumores uterinos 
*aderências intra-uterinas 
*distúrbios de desenvolvimento 
*obstrução das tubas uterinas (trompas de Falópio) 
*lesão traumática 
*aderências tubárias 
*presença de corpos estranhos 

-COMO SE PREPARAR PAR O EXAME:
Materiais fecais no intestino podem obstruir a visão genital necessária. Por essa razão, o médico pode receitar laxantes para serem tomados na noite anterior ao exame. Ocasionalmente, um enema ou supositórios podem ser administrados no dia do exame. O médico também pode oferecer sedativos para ajudar a paciente a relaxar durante o procedimento. É necessário assinar um termo de consentimento antes do início do exame e usar roupa hospitalar. 

Informe o médico sobre quaisquer reações alérgicas ao meio de contraste que possam ter ocorrido anteriormente. 

Não é necessário restringir a alimentação nem o consumo de bebidas antes do exame

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